domingo, 21 de março de 2010

Como falar disto aos pais?


Os nossos pais supostamente são o nosso grande pilar na vida. Acho que a maior parte das pessoas adora os pais. Mas de certo não lhes contamos tudo sobre a nossa vida. E agora falando do meu caso, eu não contei aos meus pais o que me faziam na escola. HOje eles já sabem, tive coragem para lhes contar. Talvez não lhes tivesse contado por vergonha e medo talves. A única coisa que lhes dizia era que odiava a escola e não gostava dos professores. Mas os meus pais diziam-me sempre que se eu mudasse para outra escola podia ser pior. E eu deixei-me ficar. Pensando sempre que algum dia teria de sair de la logicamente. Como eu já disse foram os piores anos da minha vida. Todos os anos que andei lá pareceram uma eternidade. Bem, posso contar aqui um episodio que se passou, lembro-me perfeitamente como se fosse hoje. Então, foi a seguir á hora de almoço. Não tinhamos mais aulas e eu fui para casa. Costumava apanhar o autocarro ao pe da escola e para meu azar uns colegas meus tambem iam apanhar o mesmo autocarro que eu. Eu entrei no autocarro, sentei-me, e eles sempre a olharem para mim. Quando cheguei á minha paragem desci, e eles desceram também. E eu pensei "Pronto já vai haver merda". Eu ia a andar e como estava desconfiada que eles iam tentar fazer-me alguma coisa entrei numa papelaria para fazer tempo e com esperança que eles proseguissem o caminho deles. Fiquei la uns 10 minutos a ver as revistas. Comprei uma e fui-me embora. Sai e não vi nenhum deles. Depois de andar um ou dois minutos a pe sou surpreendida por um deles a segurar-me nas mãos por trás. Eu comecei a gritar, mas um deles pos-me a mão dele na boca. Isto passou-se nas traseiras de uns predios. Não se via ninguem por ali e eles aproveitaram-se claro. Enfim, tentaram beijar-me á força, apalparam-me onde quiseram. E um deles ate baixou as calças e disse "Gostas do que ves p*** de merda?". Eu nem sei descrever o que senti. Foi medo, nojo vontade de os matar. A minha sorte foi que passou um carro que queria estacionar mesmo em frente donde estavamos e eles largaram-me. E eu fugi ate não poder mais. Tive tanto medo. Quando cheguei a casa não contei nada aos meus pais. Tinha vergonha de descrever aquela situação nojenta. Apenas disse que queria mudar de escola, e os meus pais mais uma vez disseram que aquela escola era das melhores e que se eu fosse para outra assim de repente podia ser mau para mim. Mas esqueci-me de dizer, que no dia a seguir eles devem ter contado ao resto dos colegas e uma colega minha virou-se para mim e disse "És mesmo p***!". Enfim só de me lembrar dá-me vontade de os esganar a todos. Ainda bem que já passou muito tempo. Eu lembro-me perfeitamente no dia em que sai de la. Senti uma liberdade, senti que tinha nascido outravez. Eu depois fiz o secundário numa escola pública porque nesta só havia até ao 9º. Adaptei-me lindamente. Fiz amigos. adorei os Profs. Muito diferentes dos meus antigos profs. Eram mais compreensivos, mais preocupados com os alunos. E Isto é a prova que as escolas particulares são uma treta. As públicas funcionam muito melhor em todos os sentidos, mas ha excessões claro. Andar numa escola privada é como andar num mundo á parte. Não se tem a noção de certas realidades. Bem mas para acabar só queria deixar uma mensagem a quem é pai e tem filhos na escola. Quero dizer para tentarem ser mais presentes na vida escolar dos vossos filhos. Tentem conhece-los bem, para poderem saber se algo está errado com eles ou se está tudo bem. É importante conhecerem também os amigos deles. Por fim obrigada por mais um desabafo. Por hoje é tudo. Fiquem bem!
bjx

7 comentários:

  1. Nuss issu é muito triste, olhando e lendo sobre sua vida agradeço por nunca ter passado por uma situaçao dessas, tento ter o maior dialogo com minha mae, afinal ela é minha mae e pai, ja que ele morreu quando era apenas uma criança, minha mae nunca me deixou faltar nada e sempre esta querendo oque se passa em minha vida e nao minto a ela nunca :)
    Que bom que tudo issu passou porem a magoa e tristeza continua contigo ;/
    Espero que todos esses que te maltratarem e te fizeram mal te humilhando e te agredindo se arrependao e tenham o que mereçem ;/
    Sinto muito ... BEijos e boa noite
    Força sempre *-*

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  2. Muito obrigada pela força!!! Por isso é que fiz este Blog.....para que a magoa e a tristeza que ainda tenho se va embora....bjx

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  3. Amigos, Tenho 37 anos e quando andava na Escola era um Rapaz Acanhado,Timido e Magro.
    Andei na Escola Secundária Paula Vicente no Restelo entre 1982 e 1988. No Primeiro Ano que entrei assisti a coisas Triste. Como Rapazes mais Velhos que Batiam aos mais Novos para se mostarem serem muito Machos para as Muidas. Entravam na Escola Drogados Batiam e Roubavam sem Qualquer Problema. Nos Intrevalos havia Sempre quem Gostasse de Lutar e Fazer desacatos por Desporto.
    Na Saida da Escola ás Vezes era-se Roubado ou Vendia-se Droga. Foram Tempos Dificeis.

    Rui Sousa

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  4. Amigos, Desculpem o que vou Dizer. Hoje em Dia as Crianças são a Maldade em Pessoa.
    Eu quando era Criança se me Portava Mal era Castigado e Ensinavam-me Boas Maneiras.
    Hoje quando Castigam alguma Criança já Pensam que a Criança vai ficar Traumatizada.
    O que aconteceu para mim com a Criança que Morreu por Culpa dos Colegas de Escola.
    Foi deixarem um Bando de Criminosos fazerem Mal a um Inocente.
    A Culpa para Mim é e da Escola( Professores e Continuos ), Pais dos Filhos dos Agressores e do Ministerio da Educação.
    Hoje em Dia as Escolas já não são para Ensinar a Geração da Manhã.
    Mas Sim um Lugar de Querra onde os Mais Fortes e Astutos Sobrivevem.

    Rui Sousa

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  5. Olá a todos
    Estou na posição de professora aposentada, já fui aluna e também suportei agressões psicológicas, hoje denominadas de "bulling". Realmente as crianças actualmente estão mais aptas a apresentarem queixas tanto a pais como a professores o que de alguma maneira as aliviam de certos dissabores. Falando como professora, detectei em alguns dos meus alunos um ar de tristeza, que depois de serem abordados, exteriorizavam tudo o que os incomodava. Os agressores eram chamados e após um diálogo sentido, compreendiam que estavam a proceder mal, pediam desculpa e houve até o nascimento de grandes amizades entre os envolvidos. Nem era necessário o envolvimento dos pais pois tudo era resolvido naquele espaço chamado "sala de aula". Hoje, essa proximidade professor/aluno já não existe, os pais não ouvem os filhos com o carinho que deviam porque andam muito "atarefados", os professores estão distantes, também pelos afazeres e exigências que lhes são pedidas e as crianças andam à deriva sem rumo até ao dia em que partem para sempre (Leandro). Agora, todos apontam culpas, procuram-se responsabilidades e os gritos de amargura do menino quem os ouviu? Ele de certo gritou por carinho e atenção por parte dos pais, dos professores, dos amigos, dos colegas... Alguem ouviu ou esteve atento a essas manifestações? Ninguém! Que sirva de lição e que não se venha a repetir o mesmo erro.
    Com carinho

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  6. Não podia estar mais de acordo com tudo o que disseram aqui! É de lamentar realmente o facto de as Escolas já não serem o que eram....mas os tempos mudaram.....e mudaram para pior.....Hoje já não ha respeito pelos professores....os alunos já nem respeito têm uns pelos outros......Isto está mesmo uma confussão! Eu não queria mesmo ser professora em Portugal. Não sei se isto um dia mudará para melhor.....mas também para pior acho dificil.
    Obrigada a todos, e continuem a dar a vossa opinião! :)
    bjx

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  7. OLha Olcinda infelizmente o que aconteceu ao Leandro vai continuar a acontecer nas escolas....o fim é que pode ser diferente. Infelizmente o Leandro não teve o melhor. Como eu já disse aqui, os professores por vezes têm medo dos pais dos alunos....então ignoram um pouco as queixas que são feitas por partes de alunos que sofrem destes tipos de agressões, quer fisicas, quer psicológicas. Mas também em outros casos acontece que é mesmo preguiça dos professores para lidarem com estas situações. E as crianças também não dizem nada aos pais, por vergonha, medo, ou para não sofrerem mais ainda. Enfim, há muita coisa que tem de ser mudada. Existem inumeros problemas que o Ministério tem de ter atenção e resolver.

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